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O  QUE   DIZ   A   TEORIA

Todos nós sabemos da importância de se aprender um novo idioma, principalmente o inglês, que é o mais usado como meio de comunicação entre pessoas de diferentes nacionalidades. Ter fluência na língua inglesa se tornou uma condição essencial para profissionais que desejam ingressar no mercado de trabalho ou almejam melhores oportunidades. Porém, muitos estudantes possuem grande dificuldade no aprendizado da língua, isso se dá devido à dificuldade de assimilar uma nova gramática, a pronúncia das palavras em inglês, que, geralmente, é um dos principais obstáculos a falta de um ambiente de imersão e o principal deles – um modelo de aprendizagem ineficiente.

 

A Aprendizagem cooperativa

 

De acordo com Fathman e Kessler (1993, p. 128 apud LOPES; SILVA, 1999, p. 3), aprendizagem cooperativa é “o trabalho em grupo que se estrutura cuidadosamente para que todos os alunos interajam, troquem informações e possam ser avaliados de forma individual pelo seu trabalho”. Dessa forma, entende-se como o trabalho cooperativo quando um grupo de pessoas estão reunidas com foco no estudo de um tema específico em que se busca a disseminação do conhecimento adquirido com os demais integrantes do grupo.

Johnson; Johnson; Holubec (1999) definem a aprendizagem cooperativa como uma metodologia de ensino que tem como objetivo a utilização de pequenos grupos de maneira que os estudantes trabalhem em conjunto para elevarem ao máximo a sua própria aprendizagem e a dos outros membros.

Lopes; Silva (1999, p. 3) apontam que

Balkcom (1992), num documento do Departamento de Educação dos Estados Unidos da América, também define a aprendizagem cooperativa como uma estratégia de ensino em que grupos pequenos, cada um com alunos de níveis diferentes de capacidades, usam uma variedade de atividades de aprendizagem para melhorar a compreensão de um assunto. Cada membro do grupo é responsável não somente por aprender o que está a ser ensinado, mas também por ajudar os colegas, criando uma atmosfera de realização.

Deve-se levar em consideração que aprendizagem cooperativa é um termo geral que engloba diversos métodos e técnicas de ensino e aprendizagem, porém, o foco e a premissas devem permanecer as mesmas.

As premissas da aprendizagem cooperativa que são desenvolvidas pelo modelo utilizado e disseminado pelo PRECE[1] são: interdependência positiva (cada aluno deve ter participação da meta coletiva do grupo); responsabilidade individual (cada aluno deve cumprir uma tarefa individual); interação promotora (a interação deve ocorrer de forma que todos possam aprender coletivamente); habilidades sociais (os membros devem desenvolver habilidades como fomentar o debate, criticar ideais e não pessoas, celebrar em grupo etc.); processamento de grupo (é necessário que o grupo converse sobre os avanços e barreiras a serem superadas).

Sobre a interdependência positiva, Jordão (2013, p. 18) traz que

a interdependência positiva “é a sensação que se tem de que se está dependente dos outros de modo que não se consegue ser bem-sucedido a não ser que eles também o sejam e vice-versa; isto é, o trabalho de um beneficia com o trabalho de todos”. De acordo com Johnson e Johnson (1994, 2) é preciso haver uma “dupla responsabilidade” por parte de cada elemento do grupo (aprender a matéria e assegurar-se de que todos os elementos do grupo também a aprendem) para existir a interdependência positiva. A interdependência positiva acontece quando cada membro do grupo percebe que só chegará ao objetivo final se todos os elementos chegarem.

É evidente a necessidade da adoção de uma prática e/ou modelo mais eficiente de ensino da língua inglesa, cujos objetivos excedam a simples memorização e reprodução mecânica de conteúdos gramaticais. Uma das alternativas que tem surgido à problemática é a aprendizagem cooperativa, que vem a ser uma aliada ao modelo de ensino do inglês. Alguns estudiosos estão convictos de que o esforço cooperativo gradativamente substitui o trabalho individualista, refletindo resultados positivos na aprendizagem do idioma.

Esses especialistas, através de pesquisas, têm como objetivo principalmente analisar a participação dos alunos de língua estrangeira, atualmente em grupos, com o auxílio da aprendizagem cooperativa. Silva (2003) afirma que, sendo supervisionados pelo professor e aprimorando assim suas habilidades de produção textual e escrita (em inglês), notou-se, ao final dos estudos, grande eficiência nos resultados como o uso da prática cooperativa de ensino em comparação ao método tradicional.

 

A ludicidade e a aprendizagem

 

Rosamilha (1979) afirma que termo lúdico é uma expressão portuguesa que se originou da palavra latina lodus, sinônimo de jogo. Este, por sua vez, vem do latim jocus que quer dizer brincadeira, chiste, gracejo, graça. Em alguns dicionários aparece sendo a atividade lúdica com um fim em si mesma, embora ocasionalmente possa se realizar por motivo extrínseco. Os jogos apresentam significados diferentes uma vez que pode denotar desde as agitações que o bebê realiza agitando as coisas que estão ao seu redor e alcance.

Para Luckesi (1998) apud Maluf (2009), a atividade lúdica é a opção que pode propiciar o apuro do conhecimento, por isso faz com que se gere prazer ao ser humano, seja como treino, como jogo alegórico ou como jogo de regras. Afirma que uma atividade lúdica pode não ser divertida.

A educação lúdica integra uma teoria profunda e uma prática atuante. Seus objetivos, além de explicar as relações múltiplas do ser humano em seu contexto histórico, social, cultural, psicológico, enfatizam a libertação das relações pessoais passivas, técnicas, para as relações reflexivas, criadoras, inteligentes, socializadoras, fazendo do ato de educar um compromisso consciente intencional, de esforço, sem perder o caráter de prazer, de satisfação individual e modificador da sociedade. (ALMEIDA, 2003)

No que concerne à aprendizagem e o lúdico, podem ser considerados elementos com o mesmo objetivo. O ato de brincar se caracteriza por seu uma situação de aprendizagem. Através das regras e da fantasia, o indivíduo estabelece habilidades que vão além do comportamento habitual.

As atividades lúdicas podem incluir jogos físicos (tabuleiro, cartas, etc), digitais, jogos teatrais (diálogos, esquetes, etc), audiovisuais (filmes, músicas, videoclipes, etc).

O lúdico como instrumento para o ensino de inglês baseia-se no pressuposto de que a atividade da sala de aula possa ser mais interessante e o aluno possa tornar-se mais, empolgado em assimilar o conteúdo. Necessita a adoção de uma metodologia de estudo mais eficiente, em que sejam aliados o aprendizado com a prática de atividades recreativas de modo que seja possível aprender divertindo-se.

Quando o inglês é apresentado como diversão, as crianças e jovens passam a ser estimulados, o que proporciona o desenvolvimento de uma ótima capacidade de concentração. O lúdico é importante no processo de ensino–aprendizagem, pois as aulas tornam-se mais atrativas e prazerosas, possibilitando uma melhor interação entre alunos e uma aprendizagem significativa e duradoura.

 

[1] O PRECE teve início em uma comunidade rural próxima a Pentecoste/CE chamada Cipó com sete jovens que estavam fora da escola, ou fora da faixa escolar. Estudando juntos numa casa de farinha abandonada, a ideia foi crescendo e outros foram se agregando ao grupo. Em 1996, o primeiro resultado: a aprovação de Francisco Antônio Alves Rodrigues em primeiro lugar para o curso de Pedagogia da Universidade Federal do Ceará. Em 2012, mais de 500 já haviam entrado em cursos de graduação usando a metodologia de Aprendizagem Cooperativa adotada pelo PRECE. Alguns já são doutores e mestres. Pode-se deduzir o grande impacto que o Programa tem causado na região. (VIEIRA, 2015, p. 32)

REFERÊNCIAS

ALENCAR, Sylvia Elizabeth de Paula. O cinema na sala de aula: uma aprendizagem dialógica da disciplina. 2007.

 

BISPO, Joana Nély Marques. A ludicidade como motivação na aprendizagem. 2009. Monografia (Graduação em Licenciatura Plena em Pedagogia) Universidade do Estado do Rio de Janeiro- Faculdade de Formação de Professores, São Gonçalo, 2009.

 

JOHNSON, David W.; JOHNSON, Roger T.; HOLUBEC, Edythe J. El aprendizaje cooperative en el aula. Barcelona: Paidós, 1999.

 

LOPES, José; SILVA, Helena Santos. Aprendizagem cooperativa na sala de aula: um guia prático para o professor. Lisboa: Lidel, 1999;

 

MARTINS, Viviane Lima. O lúdico no processo ensino-aprendizagem da língua inglesa. In: Revista Interciência, Edição 10 – Dezembro de 2015. Disponível em: http://uniesp.provisorio.ws/fagu/revista/downloads/edicao102015/Artigo-3.pdf Acesso em: 04 de junho de 2018

 

MILITÃO, Leonardo Ferreira. A aprendizagem cooperativa como propulsora da liderança. 2015. 78 f. TCC (graduação em Administração) - Universidade Federal do Ceará, Faculdade de Economia, Administração, Atuária e Contabilidade, Fortaleza/CE, 2015. Disponível em: <http://www.repositoriobib.ufc.br/000025/00002530.pdf>. Acesso em: 15 de junho de 2018

 

NAPOLITANO, Marcos. Como usar o cinema na sala de aula. 5. ed. São Paulo, SP: Contexto, 2013.

 

NASCIMENTO, Maria Lucileide Gomes do. Aprendizagem Cooperativa: uma metodologia de ensino aplicada a escola Alan Pinho Tabosa. 2014. 55p. TCC (graduação em Biblioteconomia) - Universidade Federal do Ceará, Centro de Humanidades, Curso de Biblioteconomia, Fortaleza, 2014. Disponível em: <http://www.repositoriobib.ufc.br/00003b/00003b00.pdf> Acesso em 15 de junho de 2018.

 

NOGUEIRA, Zélia Paiva. Atividades Lúdicas no Ensino/Aprendizagem de Língua Inglesa. PDE - Programa de Desenvolvimento Educacional. Paraná, 20--. Disponível em: www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/pde/arquivos/967-4.pdf. Acesso em: 04 de junho de 2018

 

ROCHA, Francisco Rosa da. A ludicidade como método de ensino na língua inglesa. Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Amazonas. Vol. 9 - Nº 2 – Dezembro, 2015. Disponível em: http://200.129.168.183/ojs/index.php/igapo/article/download/297/286 Acesso em 05 de junho de 2018.

 

SILVA, Rosi Biadola. O lúdico como recurso pedagógico no aprendizado da Língua Inglesa. In: Os desafios da escola pública paranaense na perspectiva do professor PDE. Paraná, 2013. Disponível em: http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/cadernospde/pdebusca/producoes_pde/2013/2013_uem_lem_artigo_rosi_biadola_silva.pdf Acesso em: 04 de junho de 2018

 

SILVA, Sérgio Luís Batista. A função do lúdico no ensino/aprendizagem de língua inglesa: uma visão psicopedagógica do desejo de aprender. Dissertação de Mestrado – USP, 2003. Disponível em: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8146/tde-22122004-211819/publico/Sergio_Silva_tese.pdf Acesso em: 05 de junho de 2018.

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